Decorria o ano de 1978 quando, a Fundadora, Senhora Dona Rosário Zôzimo Fonseca tendo um ente querido aos seus cuidados, adoeceu e procurou desesperadamente alguém que a substituísse enquanto se tratava. Não encontrou!

A necessidade aviva o espírito e a ideia luz principia…

É preciso fazer algo pelos idosos, apoiá-los e dar-lhes protecção. Surge assim a vontade, resultante de uma necessidade, de criar uma resposta para os idosos.

Do espírito e das mãos vai nascer esta obra, depois de uma longa e dura gestação de mais de oito anos!

No final do ano de 1979 foi doado pelo casal Luís Correia de Araújo e M.ª Fernanda Campos dos Santos, um casal sem filhos, que procurou desta forma contribuir para o bem de todos.

A partir daí várias pessoas passam a colaborar com a fundadora criando uma Comissão que levou a cabo diversas acções de modo a angariar fundos para o projecto, à época visto por muitos como algo difícil de concretizar!

Em 1981 dá-se o lançamento da 1.ª pedra do que viria a ser o primeiro equipamento do Centro Social Paroquial de Lamas.

Várias foram as barreiras e problemas que o grupo constituído por pessoas simples mas com grande vontade de levar a bom porto o seu projecto tiveram de vencer.

Anos mais tarde foram aconselhados por um membro da Cáritas a unirem-se à Igreja local, porque se o projecto estivesse relacionado com a mesma seria mais fácil vir a concretizar-se. Na época, houve aceitação a este apelo e tiveram cooperação do Pároco, Pe Américo Freitas e das Irmãs Aurélia e Irmã M.ª Suzete, Servas Nossa Senhora de Fátima, Congregação Religiosa a viver na Paróquia.

Apenas em 1988 foi conseguido o registo definitivo do Centro Social Paroquial de Lamas como Instituição Particular de Solidariedade Social.
Só 11 anos passados sobre a necessidade e vontade da população, já em 1989, se assinaria um protocolo com a Segurança Social para Centro de Dia, com capacidade para 30 utentes, iniciando-se o apoio a idosos.

A realidade social mostrou que a ideia inicial, a nível do acolhimento de idosos, mantinha-se uma necessidade a colmatar. Havia grandes problemas ao nível habitacional, casas sem quaisquer condições de habitabilidade, em que para prestar um bom apoio era necessário dispor de vagas em Lar. E em 1991 iniciou-se a actividade de apoio a idosos com alojamento, foi criada a Resposta Social de Lar, com acordo com a Segurança Social para 22 utentes.

Mais tarde, nova resposta começou a ser procurada pela comunidade, o apoio a idosos no domicílio. Assim, em 1995, mesmo sem acordo com qualquer entidade a instituição assumiu o apoio a algumas famílias, que queriam manter os idosos no seu meio mas que sozinhas não conseguiam fazê-lo. O acordo de cooperação com a Segurança Social para o Serviço de Apoio Domiciliário apenas foi assinado em 1997.

O edifício inicial deixava de ter capacidade para o trabalho já desenvolvido à época, torna-se necessário aumentá-lo. Durante o ano de 1998, realizou-se uma obra de ampliação das instalações, aumentando-se a capacidade e melhorando as condições do Centro Social Paroquial de Lamas: Lar – 40 utentes; Centro de Dia – 30 utentes e Apoio Domiciliário – 40 utentes.

Posteriormente passou a disponibilizar-se de um Banco de Ajudas Técnicas, através deste emprestam-se camas articuladas, cadeiras de rodas, cadeiras sanitárias, andarilhos, canadianas e outro material de ajudas técnicas desde que disponível no momento da procura.

O CSPL dispõe ainda de Acolhimento Temporário, existe uma cama que tem por objectivo, a utilização máxima de um mês por parte do idoso ou dependente, de modo a permitir descanso ao cuidador habitual ou recuperação após uma alta hospitalar, ou outra situação pontual que necessita de acompanhamento permanente durante um curto período de tempo.

A procura crescente da resposta lar por pessoas da freguesia, concelho e distrito, e a consecutiva informação da inexistência de resposta imediata e da existência de lista de espera, bem como o aumento do número de dependentes e grandes dependentes a usufruir das respostas por nós disponibilizadas, e a necessidade de adaptar as respostas a essa realidade, levou a que a Direcção decidisse expandir a instituição.

Pode afirmar-se que a necessidade de um novo equipamento resultou da insuficiente capacidade das respostas existentes, bem como da avaliação da práxis institucional que fez verificar a necessidade de novos tipos de respostas, adaptados às necessidades de diferentes tipos de população apoiada, bem como novas necessidades ao nível dos serviços de Cozinha e Lavandaria.

O crescente envelhecimento da população, aliado às transformações da nossa sociedade, levou à necessidade da criação de infra-estruturas onde os idosos possam viver com a máxima qualidade de vida, sendo necessário para tal ter em conta que o grupo é extremamente heterogéneo e com necessidades distintas que necessitam de respostas também elas diferenciadas.

A análise do Diagnóstico Social do Concelho de 2005 confirmou que, parte dos problemas do concelho, ao nível da Acção Social, relacionavam-se com os idosos, com o seu isolamento e com a insuficiência de respostas sociais para os mesmos. O Objectivo do Eixo III (Dinamizar para Integrar) do Plano de Desenvolvimento Social do Concelho 2005-2007 é o de combater o isolamento social dos idosos e proporcionar ocupação aos jovens e comunidade.

Segundo os dados do Instituto Nacional de Estatística, Censos de 2001, aferiu-se estar a população do concelho bastante envelhecida, a faixa etária dos 65 ou mais anos representavam cerca de 20% da população do concelho, sendo o nosso Índice de Envelhecimento de 117,4.

Tendo por base o atrás exposto, e uma vez que o equipamento social que a instituição dispunha não tinha espaço para ser aumentado, decidiu a Direcção adquirir um terreno localizado em frente ao equipamento actual de modo a poder-se alargar a capacidade de resposta da instituição. Em Julho de 2005 foi elaborada a Promessa de Compra e Venda do terreno.

O projecto integrou-se nos objectivos do Programa de Alargamento da Rede de Equipamentos Sociais (PARES) que surgiu no ano de 2006, ao qual a instituição se candidatou pretendendo criar 40 novas vagas de Lar, 20 vagas de Centro de Dia e 20 de Apoio Domiciliário.

Ao criar um novo equipamento, criou-se uma estrutura inovadora e alternativa aos modelos existentes, sendo um equipamento colectivo, houve uma preocupação em estruturar a resposta de modo a preservar a independência, a autonomia e a privacidade dos indivíduos. Os espaços são amplos e de cores alegres, com muita luz natural.

Os serviços de cozinha e lavandaria, que dão apoio a ambos os equipamentos, têm boas condições estruturais, de equipamentos e de espaço.

A equipa de funcionários é empenhada em manter uma relação de proximidade com utentes e familiares, proporcionando um ambiente familiar mas profissional.

A capacidade total nos dois equipamentos será de:
Lar – 80 utentes; Centro de Dia – 50 utentes e Apoio Domiciliário – 60 utentes.

A instituição disponibiliza um conjunto de respostas na área dos idosos que, facilitar a promoção do bem-estar do utente e família, e consequentemente da comunidade.